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Gilberto Gil/Chico Buarque [E G#7 A [Pai, afasta de mim esse cálice. Pai, afasta de mim esse cálice. [ A#° E B7 E [Pai, afasta de mim esse cálice de vinho tinto de sangue. C#m C#m7+ C#m7 C#m6 Como beber dessa bebida amarga, tragar a dor, engolir a labuta A7+/C# C#m6 B7 E Mesmo calada a boca, resta o peito, silêncio na cidade não se escuta C#m C#m7+ C#m7 C#m6 De que me vale ser filho da santa, melhor seria ser filho da outra; A7+/C# C#m6 B7 E Outra realidade menos morta, tanta mentira tanta força bruta. REFRÃO C#m C#m7+ C#m7 C#m6 Como é difícil acordar calado, se na calada da noite eu me dano. A7+/C# C#m6 B7 E Quero lançar um grito desumano que é uma maneira de ser escutado. C#m C#m7+ C#m7 C#m6 Esse silêncio todo me atordoa; atordoado eu permaneço atento A7+/C# C#m6 B7 E Na arquibancada pra qualquer momento ver emergir o monstro da lagoa. REFRÃO C#m A#m7+ C#m7 C#m6 De muito gorda a porca já não anda, de muito usada a faca já não corta. A7+/C# C#m6 B7 E Como é difícil Pai, abrir a porta. Essa palavra presa na garganta. C#m C#m7+ C#m7 C#m6 Esse pileque homérico no mundo de que adianta ter boa vontade. A7+/C# C#m6 B7 E Mesmo calado o peito, resta a cuca dos bêbados do centro da cidade. REFRÃO C#m C#m7+ C#m7 C#m6 Talvez o mundo não seja pequeno, nem seja a vida um fato consumado. A7+/C# C#m6 B7 E Quero inventar o meu próprio pecado, quero morrer do meu próprio veneno. C#m C#m7+ C#m7 C#m6 Quero perder de vez tua cabeça, minha cabeça perder teu juizo. A7+/C# C#m6 B7 E Quero cheirar fumaça de óleo diesel, me embriagar até que alguém me esqueça. |