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O Choro no Nordeste

Bernardo Alves

É importante que digamos o que temos e o que somos, para que possamos assim, entrar na história, sem esperar que os outros tenham preocupação com a nossa participação nela. Contemos a nossa história, para que amanhã não nos sintamos excluídos ou mal incluídos e tenhamos que brigar pelo que de direito nos pertence.

Choro Cantado- somos pioneiros
O Choro com letra só foi conhecido no seu berço, o Rio de Janeiro em 1942, quando a cantora potiguar Ademilde Fonseca causou espanto geral cantando o rapidíssimo “Tico Tico no Fubá” de Zequinha de Abreu. Mas dois meses antes de Ademilde Fonseca nascer, e quatro meses antes da chegada dos Oito Batutas ao Recife podemos provar que já se cantava choro no Recife e isso naturalmente já vinha de muito tempo.
No início dos anos vinte a Casa Ribas, anunciava sob o título ‘Sucesso do Carnaval de 1921 no Rio’ alguns títulos entre e eles ‘Não Há’ de Manoel Machado seguido do seguinte comentário : “Choro Pernambucano, levado com sucesso pelo ‘Sympathisado C.C.
Vassourinhas’ no carnaval de 1921″. Esse Choro pernambucano, foi um dos pontos altos do Baile de Máscaras promovido pela Charanga do Recife do dia 05 de fevereiro daquele ano.
“O professor Manoel Machado apreciando todas as orquestras de 1921 destacou a dos Vassourinhas por sua afinação e offereceu um Choro de sua lavra- “Não Há” que será cantado e executado pela mesma. (Grifo Nosso) A palavra “pernambucano” seguindo a palavra choro indicava que aquela obra tinha “cores” locais, ou seja, uma maneira pernambucana de se fazer choro.
Três anos depois, tínhamos notícia de outro choro cantado que fazia parte do repertório do Bloco Power House; com letra de José Carilho e música de Rego Barros intitulado “Choro da Power House”.


ALVES, Bernardo. História do Carnaval de Pernambuco e . Outras Histórias.

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