HISTÓRIA DO VIOLÃO

Armando Neves (*1902 +1974)

Armando Neves nasceu em Campinas, onde estudou com o professor Antônio de Paula Souza para quem assobiava suas composições que eram registradas no papel pelo professor. Em 1921, com 19 anos, transfere-se para a capital paulista onde começa a aprender violão com os irmãos Matoso (Joaquim e José).

Armandinho, como ficou conhecido, organizou em 1925 o primeiro Regional da Rádio Educadora Paulista, constituído de saxofone, harmônica, cavaquinho, pandeiro e dois violões. Em 1926, durante uma viagem a Santos, conheceu João Pernambuco com quem compõe, ao lado de Catulo da Paixão Cearense, o choro Serrano. Em 1927 conheceu Canhoto e passou a integrar o conjunto Turunas Paulistas.

Armandinho teve contato com inúmeros grandes artistas como o violonista João Avelino de Camargo, discípulo de João Pernambuco, e sempre entusiasmava-se ao falar do famoso Augustin Barrios, assegurando que jamais ouvira um violão tão bem tocado e que o artista paraguaio fora um dos maiores violonistas que ele já conhecera. Como ele dizia, Barrios tinha um estilo de tocar espontâneo, cheio de sentimento, com suas cordas de aço sendo nas primas pequenos pedaços de elástico para diminuir o timbre metálico.

Entrou para a Rádio Educadora Paulista em 1927 com o cargo de chefe de regional. Após deixar a Educadora Paulista, passou a prestar serviços na Rádio Sociedade Record em 1930, sendo contratado pela mesma de 1931 até 1961.

Como compositor, seu trabalho se destaca em várias fases. A primeira que vai de 1925 até 1954 é considerada por muitos como a menos fértil e a mais longa: apenas 15 músicas. A segunda fase, de 1954 a 1956 é uma época fértil com 11 melodias compostas. A terceira fase com início em 1959 seria a mais rica de sua carreira.

Como violonista, Armandinho acompanhou Sílvio Caldas e Carmem Miranda, fez parte de inúmeros regionais e no fim de sua vida teve contato com Geraldo Ribeiro, violonista que executou e gravou muitas de suas obras. Depois de abandonar sua antiga casa na Rua Glicério, onde residiu por quase meio século, e perder seu irmão, Armandinho veio a falecer no dia 12 de outubro de 1976 no bairro de Santana.

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