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Um Encontro com o Mestre Nicanor

Numa tarde de uma terça feira, no centro do Rio de Janeiro, tive o privilégio de conhecer àquele que é um dos maiores compositores para o violão. Nicanor Teixeira, um baiano da cidade de Barra do Mendes, que a mais de 50 anos veio para o Rio, razão pela qual posso afirmar que ele é mais carioca do que eu.
Nicanor é uma pessoa muito amável e de uma sensibilidade perceptível aqueles que se aproximam dele. Por trás da sua tranqüilidade e jeito calmo de ser está o gênio que reside em sua alma de artista e compositor respeitadíssimo aqui no Brasil e no
Exterior. Suas peças já fazem parte do repertório violonístico de muitos artistas consagrados e já foram gravadas por outros tantos. As suas composições são alvo de elogios por mestres, tais como Turibio Santos, Jodacil Damasceno, dentre outros.
O seu estilo de composição é bem eclético, indo desde o folclore nordestino até os clássicos prelúdios e suites eruditas.
Ultimamente, em reconhecimento pela sua grande contribuição ao violão brasileiro, reuniram-se vários violonistas e músicos, e gravaram um CD só com suas composições.
Confesso que sai deste encontro com dois sentimentos: o primeiro, de euforia e satisfação em ter conhecido este monumento vivo do nosso violão. O segundo, de perceber que não só ele mas, muitos mestres do passado não tiveram o devido reconhecimento por parte da nossa tão falada mídia musical Brasileira. Esta, como todos nós, músicos, sabemos muito bem, transformaram a música numa mercadoria que é vendida no varejo e de péssima qualidade. Costumo falar que o povo tem consumido “lixo musical” sem ater-se disto.
Por fim, desejo ao mestre Nicanor, muita saúde e muitos anos de vida para continuar entre a gente, compondo obras de pura inspiração.

Marcos Nascimento
marcos1@urbi.com.br
Bacharel em violão pelo Conservatório de Música de Niterói JUL/2003

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