HISTÓRIA DO VIOLÃO

Paulinho Nogueira

Paulinho Nogueira nasceu em Campinas, São Paulo, em 08 de outubro de 1927. Começou seus estudos ao violão aos 9 anos de idade. Em sua vida, a música chegou antes que o violão. Seu avô, que foi uma das primeiras pessoas a possuir um rádio e uma vitrola em Campinas, era grande apreciador da boa música e promovia memoráveis serões, nos quais Paulinho, ainda criança, começou a interessar-se pela música. Ouvia muitas vezes a célebre pianista Guiomar Novaes. O violão veio espontâneo e natural. O pai tocava o instrumento “por música”. João Mendes Nogueira, seu irmão, foi quem lhe ensinou os primeiros acordes. Ao ver seu interesse pelo instrumento, sua mãe arranjou-lhe um professor de violão clássico que largou os estudos dois ou três meses depois. “Violão se deve tocar quando se tem vontade. Fora disso, nunca” dizia Paulinho.

Voltando ao instrumento, aos poucos foi somando experiências e criando seu mundo musical. Participou de alguns conjuntos vocais e fez várias apresentações em Campinas, inclusive na PRC9, a Rádio Educadora local. Paulinho confessava um interesse muito maior pela harmonia. Sem desfigurar a música, acrescenta-lhe estrutura harmônica característica dos eu estilo, dando-lhe uma nova roupagem. Raramente alterava a linha melódica e, quando fazia, era em favor da harmonia.

A música norte-americana teve notável influência – como admitia Paulinho – na sua formação artística. E os recursos tanto da música norte-americana quanto da música erudita já enriqueciam a execução de Paulinho Nogueira antes de 1950. As peças de autores norte americanos confrontadas com as peças de autores brasileiros do seu primeiro LP, mostram claramente como recebeu e como aproveitou essa influências. Podemos considerar Paulinho Nogueira como um dos precursores da Bossa Nova, tendo sido, como sabemos, uma das figuras importantes do movimento. Sofreu também uma forte influência do violonista Garoto, Aníbal Augusto Sardinha, cujos programas ele ouvia pela Rádio Nacional e cuja maneira de tocar o impressionava muito.

Suas gravações demonstram claramente sua preocupação com a harmonia e o ritmo onde conseguiu efeitos violonísticos surpreendentes.

Paulinho Nogueira “sofreu de violão”, em suas próprias palavras. Aos vinte e poucos anos veio para São Paulo, armado com um violão elétrico. Tocou em boates, fez shows e até bailes de Carnaval e quase teve um esgotamento nervoso depois de 7 anos na noite. O sucesso mesmo, veio depois do lançamento do seu primeiro LP em 1958. Fez jus ao Prêmio Saci como “O melhor da Noite” e muitas outras distinções. É conhecido no exterior através de suas gravações e seu nome, juntamente com Luís Bonfá, Baden Powell e Laurindo de Almeida, é citado constantemente. Sua música “Menina” tornou-se sucesso nacional e internacional nos anos 70. A obra Bachianinha nº 1 é uma peça obrigatória no repertório dos amantes do violão.

Seu último trabalho “Primeiras Composições” pela gravadora Trama, mostra, em arranjos para violão solo, a beleza das músicas de um de nosso maiores compositores populares, Chico Buarque de Hollanda.

“É a primeira vez que faço um álbum com obras de um único compositor. Já gravei muitos discos e, de uns tempos para cá, tenho achado que um bom CD deve ter um projeto específico, como um determinado fato ou autor.(…)Preservei as harmonias originais do Chico. Quis fazer um disco com a sua cara, discreto e simples, mas com a minha marca e estilo de violonista.”

Paulinho Nogueira
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