Violão Mandrião

O ponto de encontro dos amantes do Violão

HISTÓRIA DO VIOLÃO

Dilermando Reis (1916-1977)

Dilermando reis, natural de Guaratinguetá, São Paulo, trabalhava no mesmo gênero de Garoto (talvez não com o mesmo gênio inovador, mas com o mérito de popularizar o violão no país, inclusive nas mais altas camadas da sociedade). Iniciou seus estudos com o pai, o violonista Chico Reis. Aos quinze anos conhece o exímio concertista cego Levino da Conceição com quem, formando dupla, viaja por todo o país.

O repertório para violão nessa época era reduzido, uma vez que o público preferia cantores e canções vocais. Mesmo assim Dilermando conseguiu impor-se. Dilermando tocava violão popular instrumental e lutou muito para elevá-lo à condição de solista. Consagrado como intérprete, como compositor, e como um dos maiores violonistas de todos os tempos, a crítica assinalava em Dilermando Reis… a fina sensibilidade interpretativa, chamando atenção para o som cheio e bem timbrado de seu violão que nunca se confundiu com nenhum outro.(1987, Jornal Valeparaibano) Gravou seu primeiro disco em 1941, pela Columbia, incluindo no repertório a valsa “Noite da Lua” e o choro “Magoado”, ambas de sua autoria.

Em 1953 excursionou pelos Estados Unidos, apresentando-se na CBS de Nova York. Nos anos 50 e 60 gravou vários discos pela Continental (como solista e com diversas composições próprias), e editou músicas para o violão.

Quando morreu, um jornal local publicou que Guaratinguetá e todo o Brasil perderam um dos maiores expoentes da arte musical violonística (embora ele tivesse nos seus últimos anos de vida permanecido no Rio de Janeiro, onde viveu a apoteose de ver seus sonhos realizados, e onde veio a falecer, aos 61 anos, vítima de um colapso cardíaco). Dilermando foi sepultado em sua terra natal.

Deixou 10 discos em 78 rpm, vinte LPs e um álbum de sete volumes “Uma Voz e um Violão em Serenata”, com o cantor Francisco Petrônio. Dentre os alunos que continuaram a sua escola levantamos o nome de Bola Sete e Darci Villaverde. O então presidente Juscelino Kubitscheck, de quem ele era amigo pessoal, desfrutou das aulas deste mestre, e foi em razão dessa amizade que Dilermando compôs a primeira música em homenagem à nova capital do país, Brasília, fato do qual muito se orgulhava:

… ajudei a construir com minhas próprias mãos o catetinho.

Meu violão foi o primeiro a ser ouvido nos céus na nova capital,

e fiz também a primeira música em homenagem à cidade que nascia.”

Dilermando Reis

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