HARMONIA

23. Considerações Finais

A nossa pesquisa teve como objeto a Harmonia aplicada à escrita violonística, em razão de não haver nenhum trabalho sistematizado sobre o assunto.
Escolhemos como material de estudo obras tonais do século XVII ao século XX, abrangendo assim, da organização do sistema tonal à sua superação no início do século XX, com a 2ª Escola de Viena.
Partimos dos elementos básicos que regem a escrita musical, e tendo sempre como eixo de referência o estudo da harmonia, analisamos a sua aplicabilidade à escrita violonística.
Notamos na escrita violonística algumas limitações a nível de tessitura: um determinado encadeamento que é facilmente executado em um instrumento de teclado, ao ser transposto para o violão, exige no geral alteração de tonalidade, supressão de algumas partes, alteração de alguns dobramentos, alguma nova posição interna das vozes ou mesmo alteração melódica. Notamos também que em alguns tipos de condução melódica, algumas tonalidades se revelam violonísticamente mais cômoda que outras.
Procedendo-se à análise de obras originais e transcrições para o violão, encontramos soluções típicas para cada um desses tópicos, tendo-se sempre em vista que não há necessariamente uma coincidência cabal entre a evolução histórico-musical com uma proposta didática elaborada pós-evolução.
Ao notarmos estes princípios na música ocidental, concordamos com o fato de que a forma de expressão modifica a apresentação destes princípios, caracterizando-os de forma perfeitamente possível (as transcrições foram e ainda são uma prática muito comum), a apreensão da técnica de escrita harmônica com o testemunho auditivo ao violão como instrumento acompanhante, vem ratificar seu uso no estudo da harmonia, com algumas possibilidades diferentes deste mesmo estudo num instrumento de teclado.

Giácomo Bartoloni
06/1993

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *