HISTÓRIA DO VIOLÃO

O Violão na República – VII

Ao longo dos anos o número de adeptos e apreciadores do violão foi crescendo e criaram-se várias associações e grupos. No Rio de Janeiro foi criado o primeiro periódico especializado e voltado para o público amante do violão. Chamava-se “O Violão sob a direção de Dantas Souza Pombo. O periódico “O Violão”, que lançou seu primeiro número em dezembro de 1928, tinha como propostas – além de divulgar noticias e fatos recentes sobre violonistas e sobre o violão – a divulgação comercial de músicas; vendas de instrumentos e principalmente o novo método de ensino trazi- do pela violonista Josefina Robledo de seu mestre Francisco Tárrega. Em seu primeiro número salienta a importância de uma formação musical e técnica adequada de acordo com a escola moderna proposta por Tárrega. Propõem com isso a criação de três séries de ensino: A primeira, o estudo do violão por pauta “para aqueles que não sabem música e querem estudá-lo de ouvido”. A segunda, o estudo do Violão sério baseado no acompanhamento de melodias e na terceira o violão tal qual deve ser estudado, ou seja, a escola desenvolvida por Tárrega.

Dando destaque também para a música produzida aqui em São Paulo, o periódico cita em várias reportagens os vários violonistas paulistas como João Avelino, Baltar, Pistoresi e principalmente Américo Jacomino. Em um artigo de dezembro de 1928, “O Violão” defende a idéia de que a indústria fonográfica no Brasil deve ao violão o seu sucesso:

“Foi por meio deles [o violão] que as nossas fábricas de discos se puseram em contato com o povo”

(Ano I, n° 1, Dez/1928)

Também em outro artigo de mesma data, destaca-se a produção do rádio desta vez em forma de agradecimento:

“Seria injustiça não nos referirmos, aqui, ao grande, ao inestimável impulso, que as sociedades de rádio vem imprimindo, neste últimos tempos ao violão e às canções.”

Idem.

Viu-se ao longo dos anos que é possível fazer música de qualidade junto ao violão bem como música dos vários períodos da história como foi ressaltado a visita de Regino Sanz de la Mazza ao Teatro Municipal de São Paulo. Em seu repertório constava uma Sarabanda de Haendel, uma Bourré e uma Courante de Bach além do Choro Típico n° 1 de Heitor Villa-Lobos. Da primeira visita de Agustin Barrios a São Paulo em 1916 até a segunda visita em 1929 a mentalidade do apreciador do violão mudou:

“Augustin Barrios (…) é o único que coloca nesse instrumento as três primeiras cordas de aço(…) só pode ser justificado pela maior facilidade de execução, para aqueles que não se dão ao trabalho de seguir a escola clássica. Barrios procura tirar efeitos de golpes antiquados e chulos, dos quais o saudoso violonista Canhoto empolgava os espectadores”

Idem

Embora o artigo seja cheio de críticas ao violonista, o mesmo não deixa de ressaltar o valor de Barrios como compositor. Demonstra também que o violonista paulista já não está tão isolado ou sem uma escola definida. Já existe um movimento e um estudo sistemático sobre o violão. É nesse contexto que o violão entra na década de trinta, no advento do rádio, com uma escola definida e com uma importante participação na música popular que irá difundir o violão e a música popular até mesmo no exterior.

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